Fé Imposta (preguiça de pensar), Fé Raciocinada (desvendar tantos mistérios quanto nos é permitido), Fé sentida (quando aquilo que aprendemos raciocinando encontra eco no nosso coração), Fé vivenciada (quando as experiências se tornam reais).
No meu ver existem quatro etapas da fé humana. Quatro estágios ou fases, cada um usa o termo que preferir.
O fato é que a fé evolui. Mas cada pessoa tem seu próprio ritmo, e cada um de nós vive uma experiência diferente ao longo das reencarnações. Uns caminham mais rápido, outros mais lentamente... Cada pessoa no seu tempo.
Os quatro estágios da fé são os seguintes:
Primeiro estágio (ou etapa, fase...):
A FÉ IMPOSTA.
É a fé dogmática. Muitas vezes cega. As pessoas freqüentam um templo religioso, ouvem o que é pregado pelo sacerdote, lêem um livro sagrado, e aqueles que levam a religião muito a sério e se dedicam a ela, procuram também seguir este mesmo livro e os ensinamentos do sacerdote. Muitas vezes o fazem sem questionar.
Neste estágio as pessoas são induzidas a simplesmente acreditar no que está escrito no seu livro sagrado conforme a interpretação ensinada nos templos pelos sacerdotes. “É assim e pronto”. Normalmente quem ousa fazer perguntas e questionamentos ouve a frase: “Ah, isso é mistério de Deus”.
Essa é uma etapa muito importante porque tira o ser humano da descrença e muitas vezes do erro, ou daquilo que as religiões gostam de chamar de “pecado”. Muitas pessoas se livram de vícios ao seguir a fé imposta. Elas temem o inferno, o diabo e buscam refúgio na religião. Infelizmente correm o risco de ficarem fanáticas ou bitoladas, se achando no direito de julgar o próximo – principalmente aqueles que não compartilham de sua crença.
Vemos esse tipo de fé em diversos setores do judaísmo, cristianismo, do islamismo, do hinduismo, etc.
Seguindo à risca a “Torah”, a “Bíblia”, o “Corão” ou o “Bhagavad Gita” e freqüentando suas sinagogas, igrejas, mesquitas ou outros templos essas pessoas fazem o que a religião permite e evitam o que ela proíbe.
E assim vivem suas vidas, acreditando piamente no que lhes é ensinado dentro da crença que professam, o que tomam como a própria “Palavra de Deus”.
Segundo estágio:
A FÉ RACIOCINADA.
É a fé que permite questionamentos e estudo. Permite a troca de idéias e argumentação. Abre um leque de possibilidades e em certos pontos permite até mesmo interpretações diferentes.
As pessoas assistem a uma palestra, lêem livros, mas são convidadas a pensar por si mesmas e a tirar suas próprias conclusões. Elas não têm que simplesmente dizer “amém” pra tudo, elas podem discordar.
Neste estágio as pessoas já se interessam pelo conhecimento mais ampliado e a fé imposta já não lhes basta. Elas querem entender melhor os “mistérios” que cercam a nossa existência.
A Fé Raciocinada é o oposto da fé cega, é uma espécie de libertação e significa um passo importantíssimo pra independência e evolução do ser.
Essa fé também está presente em setores do cristianismo, do hinduísmo e do judaísmo através de religiões e filosofias que podem ser encontradas em livros de Allan Kardec, Emmanuel, André Luiz (ambos psicografados por Chico Xavier), Joana de Angeles (psicografados por Divaldo Pereira Franco), Osho Rajneesh, Trigueirinho, James Hurtak, Deepack Chopra, etc. Esses livros trazem uma proposta, uma filosofia. A pessoa lê e pode concordar ou não com o que leu. Ou, concordar apenas parcialmente, porque ela irá raciocinar por si mesma.
Há também “A Fraternidade Branca”, os “Rosa Cruzes”, a Filosofia “Sicho-No-Ie", A "Cabala", entre outros que convidam à fé raciocinada, que muitas vezes se une à ciência e à física quântica.
As pessoas procuram entender o que lêem e acreditam quando consideram que é lógico, porque chegaram às respostas pra suas dúvidas, e não simplesmente porque leram ou porque um sacerdote falou.
Elas buscam corrigir seus defeitos não mais por medo ou imposição de outros. Mas sim por uma questão de consciência, por saber racionalmente o que é certo ou errado.
Terceiro estágio:
A FÉ SENTIDA.
Quando a fé raciocinada é alcançada, ela pode passar a um outro estágio, que muitas vezes caminha lado a lado com ela e outras vezes a substitui: trata-se da fé sentida.
Ao pensarem com suas próprias cabeças e encontrarem certas respostas, as pessoas começam também a sentir dentro de seus corações que aquilo em que acreditam é verdadeiro.
Elas observam a vida ao seu redor e vêem Deus numa flor, nos olhos de seu cãozinho, num sorriso de criança... E se emocionam com isso.
A sensibilidade é aguçada e muitas vezes é comum surgirem arrepios, lágrimas e coração mais acelerado durante os momentos em nos colocamos em contato com o divino, com o espiritual através da oração, da meditação ou da simples contemplação.
As filosofias citadas no estágio anterior (o da fé raciocinada) também têm muitas vezes, uma abertura a este terceiro estágio, porque permitem tanto o pensar, como o sentir.
A Doutrina Espírita é um exemplo disso, uma vez que propõe a abertura da mediunidade e permite a sensibilidade através dos passes e do contato direto com o lado espiritual.
E há religiões que ligam as pessoas diretamente com o “sentir”.
O Budismo é uma delas. Através de rituais, meditação e danças entra-se num estágio avançado de espiritualidade (embora não dispensem também o estudo).
Os “Hare Krishnas” também conseguem atingir esse estágio através da entonação de mantras por horas consecutivas e danças.
Há também as religiões que oferecem, através de um chá conhecido como “oasca”, uma abertura desses canais que aumentam à sensibilidade das pessoas a esse contato com o lado espiritual da vida.
São elas: a “União do Vegetal”, “A Barquinha” e o “Santo Daime”.
Mesmo dentro de alguns setores em que se aceita a fé imposta é possível abrir esses canais através da emotividade. Vê-se isso em setores do penthecostealismo e também na “Renoavação Carismática” da Igreja Católica.
Quarto estágio:
A FÉ VIVENCIADA.
Apenas um fiozinho separa a fé sentida da fé vivenciada.
É até difícil dizer quando uma termina pra começar a outra. Isso depende muito de cada um.
A “oaska” por exemplo pode proporcionar tanto sensações como vivências espirituais reais.
Quando existe o desdobramento, ou seja, quando uma pessoa consegue deixar seu próprio corpo físico e ir a lugares diferentes no plano físico ou espiritual consientemente, isso é uma vivência.
Quando alguém visita através da hipnose tempos passados ou futuros, isso também é uma vivência.
Quando existe a comunicação entre uma pessoa que vive no plano físico e outra que já passou pro plano espiritual, seja através da vidência ou por intermédio de uma manifestação mediúnica de psicofonia (ou encorporação), isso também é uma vivência.
Uma comunicação com um ser de outro planeta também é uma vivência.
VIVER ao mesmo tempo no mundo físico e no espiritual.
VIVENCIAR a fé, a crença que professa.
PRESENCIAR esses fatos, ter essas experiências.
VER que sua crença é real.
Isso é a fé vivenciada. A pessoa vive assim. Não há diferença entre crer e conhecer, em saber e viver, entre o que pode ser e o que realmente é.
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